É vimarense um dos mais famosos cantadores de bumba-boi do século passado

Foi com Laurentino que os "couros" de bois passaram a ter brilhos e rebrilhos
(Texto do historiador Carlos de Lima)
Nascido em Guimarães, no dia 19 de novembro de 1901, Laurentino Araújo, brincante e dono de boi, foi figura marcante do folclore maranhense; deixou nome como cantador e a ele se atribui o enriquecimento dos "couros", o primeiro a usar miçangas e canutilhos, ao tempo em que o boi era coisa simples e modesta, embelezado, pobremente, com estrelas e flores recortadas em papel malacacheta. A filha, Anália, era quem criava os desenhos e caprichava nos bordados, tudo no maior segredo para não comprometer a surpresa. Então, o boi do Laurentino reluzia, soberano, sobressaindo aos demais. Tanto que, ainda hoje, quando se vê alguém muito paramentado, uma decoração abusando de brilhos e rebrilhos, diz-se maldosamente, relembrando o velho brincante: - Até parece o boi de Laurentino! Aos que o criticavam pela novidade, respondia: "o boi é meu, boto nele o que quiser”. Mas não só o couro era enfeitado; também chapéus e golas ganharam adornos e penduricalhos e ele, orgulhoso disto, cantava:
"Tô brincando no Icatu,
no meio de uma praça.
Olhei firme para o tempo,
enxerguei uma fumaça.
Na copa do meu chapéu
tem miçanga prá desgraça.