ARQUIVO - MEMÓRIA
- Blog Vimarense
- 15 de jun.
- 3 min de leitura
Matéria escrita por Gil Maranhão para a Revista Caminhos do Maranhão, em 2003


Quem passeia ou reside hoje no litoral norte do Maranhão, de Alcântara até Carutapera (região do alto Gurupi), no extremo com o Estado do Pará, pode não saber mas estar numa região e grande importância histórica para o país. Ali está uma das mais antigas cidades do Brasil, Guimarães, que na época do Brasil- colônia, mais precisamente por volta de 1633, foi sede da Capitania hereditária de Cumã.
Guimarães é uma das cinco primeiras cidades do Maranhão - ao lado da capital, São Luís,Icatu, Alcântara e Viana. Quando foi fundada pelos portugueses,em 1758 (146 anos depois da fundação de São Luís),Guimarães era habitada pelos índios Axindíuas, Pericumã e Jacumã, todos pertencentes à nação Tupinambá e descendentes da família tupi-guarani distribuídos em mais de 20 aldeias. A sua área territorial abrangia toda região onde hoje se encontram os municípios de Cururupu, Cedral, Porto Rico do Maranhão, Bacuri, Apicum-Açu, Serrano do Maranhão, Mirinzal, Central do Maranhão, Pinheiro e Santa Helena. Na época o Maranhão chamava-se Estado Grão-Pará e Maranhão e o Brasil com capital federal ainda sediada na Bahia vivia sobre o sistema de vice-reinado, que durou de 1640 a 1763.
Cidade é uma homenagem à sua co-irmã portuguesa
Historiadores, do século XIX e contemporâneos revelam que o município teve vários nomes, o primeiro deles foi Guarapiranga, para ocupada por várias famílias portuguesas. Com ela chegou João Teófilo de Barros que instalou no local a fazenda Guarapiranga, constituída de engenhos de cana-de-açúcar, casa de vivenda, área intensa de lavouras olarias e fornos de fabricar farinha de mandioca, e uma significativa população de índios negros e brancos. Com a morte de João Teófilo seus filhos José Bruno de Barros e Firmiano de Barros herdaram todos os bens. Mais tarde, José Bruno de Barros decide doar a fazenda para a Coroa Real. Por determinação do então governador do Maranhão, capitão Gonçalo Pereira Lobato e Souza, o tenente Manuel José de Abreu, procurador da Casa da Fazenda Real, tomou posse da fazenda em 18 de janeiro de 1758 e no dia seguinte o governador instalou ali a Villa Guimaraenz do Cumam.
O nome foi uma homenagem a também à histórica cidade Guimarães, de Portugal e à Baía de Cumã que banha uma área do município. Depois o lugar passou a chamar-se Vila São José de Guimarães de Cumã - talvez pela influência da criação, em 23 de março de 1758 da Freguesia de São José de Guimarães. Por último, o município levou a denominação de Guimarães.
A Terra do Boi de Zabumba
Os africanos também deram grande colaboração para a cultura de Guimarães. Deles ficaram pratos típicos da culinárias, tradições, danças e manifestações culturais de grande expressão em todo o Estado, como tambor de crioula, o Congo, as cacheiras do Divino e o bumba meu boi do sotaques de zabumba o primeiro sotaque de boi que se tem notícia no Maranhão e o mais original de todos, incluindo, ainda, em seu conjunto, elementos indigenas e do meio rural.
O grupo baila ao som de instrumentos como as zabumbas, tambores de fogo, tambor-onça, tamborinho e maracás. Um de seus cantadores mais famosos foi o Euclides Barbosa, conhecido como Alecrídes, introdutor do apito na brincadeira, na década de 30, na forma que é hoje utilizado: interromper o couro para que eu amo faça o solo. Ao lado dele destacaram-se Antônio Cardoso, Pedro Mendes, José Almeida, Antônio do Dámasio, Pedro Brás, Martinho Avião e Joao.
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