EM GUIMARÃES É ASSIM...
- Blog Vimarense
- 29 de jun.
- 3 min de leitura
Atualizado: há 7 dias

Crônica escrita por Alice Nogueira para o Jornal Folha de Guimarães, em 1981
Vai-se escoando o mês de junho, tão alegre no colorido de suas festas e no cantar das toadas da época, bonitas e mescladas de uma tristeza que sentimos, não sabemos por quê.
Termina o mês, mas estas alegrias se prolongam ainda por muitos dias, tal a espontaneidade com que o povo brinca, aqui em São Luís e outros lugares.
Junho é rico de lembranças em Guimarães.
As festas de Santo Antônio vivem na alma de muita gente, desde o largo da igreja, enfeitado com plantas e luzes (já vai o tempo, hein, seu Ozias?) até as novenas na casa de Nhazinha Moreira, tão animadas e que ela oferecia de promessa, cada noite café com bolo para turma.
Aquele boi do Casino, como foi bonito!
"Mandei fazer uma gaiola de ouro/pra prender, pra ninguém ver...." Nhonhozinho cantava na frente. Acabou sendo delegado!
Os concursos promovidos pelo "Urbano Santos" para eleger a rainha caipira, ainda hoje alegra a praça, cheia de gente em frente ao colégio.
Quem, de Guimarães, não vê nessas noites o clarão das fogueiras nas portas das ruas e não escuta de novo o batuque ritmado dos cantores do bumba meu boi, pela noite adentro, e às vezes, até amanhecer? Parece que incomoda, mas não. Fica, fica, batendo longe, batendo sempre...
Deixo para cada um, que lê as paginas deste jornal, as suas recordações. Quero que sejam repartidas algumas das que trago comigo.
Ainda me vejo "mandando" nossas quadrilhas, por quatro anos seguidos, quando um grupo animado de amigos fazia a alegria do Grêmio, nas noites de São João.
Que trabalho tinha Didi para organizar as barracas com outras companheiras!
Os casamentos eram quase sempre escritos por Lourival Araújo e por Bigodinho.
Janilson, lembras-te que foste um padre respeitavel?
Júlia, Berenice, vocês ficaram umas noivas bonitas!
E que noivos! - "eu sei que eu mereço..." quem disse isto , Agenor?
Haveria mãe mas autêntica que Donana?
Paulo precisava ir primeiro ao bar de Antônio Alfredo para tomar coragem de dançar a quadrilha e tinha que ser chamado pelo alto falante que dona Ivete, seu par, estava esperando.
Compadre Olavo não dava trabalho: ficava tão elegante naquele colete preto e camisa de quadro, sempre cuidando para que tudo saísse bem.
- O cavalheiro cumprimenta a dama!
Aldira e Alberto, Iolete e Reginaldo parece que não se cansavam .
Pedro Marujo, com aquele cofinho que trazia no ombro, era um verdadeiro caipira.
- Passeio de namorados!
Onde estarão muito deles? ...
Temos todos no pensamento trazidos pela saudade do convívio daquele tempo.
E o batuque ritmado dos cantores de bumba-boi continua longe, batendo sempre ...
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