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O DIA EM QUE O MAR CALOU A VOZ DO POETA

  • Foto do escritor: Blog Vimarense
    Blog Vimarense
  • há 12 minutos
  • 2 min de leitura
O olhar sereno do poeta maranhense parece ainda contemplar sua terra natal. Gonçalves Dias, autor de “Canção do Exílio”, partiu em 3 de novembro de 1864, mas sua voz continua viva na memória do Brasil.
O olhar sereno do poeta maranhense parece ainda contemplar sua terra natal. Gonçalves Dias, autor de “Canção do Exílio”, partiu em 3 de novembro de 1864, mas sua voz continua viva na memória do Brasil.
 A natureza guarda, até hoje, a lembrança do poeta que sonhava voltar à pátria.
 A natureza guarda, até hoje, a lembrança do poeta que sonhava voltar à pátria.
Erguido em frente à praça dos Sagrados Corações, o monumento celebra a imortalidade do poeta e a ligação com o município de Guimarães..
Erguido em frente à praça dos Sagrados Corações, o monumento celebra a imortalidade do poeta e a ligação com o município de Guimarães..

Há datas que parecem nascer escritas para a eternidade. O 3 de novembro de 1864 é uma delas. Naquela madrugada triste, as águas revoltas do litoral maranhense guardaram para sempre uma das vozes mais sensíveis da poesia brasileira — Antônio Gonçalves Dias, o poeta de “Canção do Exílio”, símbolo maior do romantismo nacional.

O navio Ville de Boulogne, que trazia o poeta de volta da Europa, seguia em direção a São Luís quando encalhou nos baixios dos Atins, em frente à praia de Araoca, município de Guimarães, no Maranhão. O mar estava furioso, e em poucos instantes o casco da embarcação começou a se despedaçar.

Enquanto parte da tripulação conseguia escapar em pequenas embarcações, o poeta — já bastante enfraquecido por uma doença nervosa e respiratória — não teve a mesma sorte. Há versões que afirmam que Gonçalves Dias já estava morto no momento do naufrágio; outras, que ele recusou o resgate, talvez tomado por um pressentimento trágico ou pela emoção de, enfim, morrer diante da terra que tanto amara.

O certo é que seu corpo não foi encontrado, sendo o mar o seu sepulcro. Mais tarde, onde repousam sob honras e lembranças.

A ironia do destino é cruel e poética: o homem que escreveu “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá” morreu quase ao alcance dessas palmeiras, diante das praias maranhenses que tanto inspiraram sua alma.

Hoje, mais de um século e meio depois, o Baixio dos Atins e a Praia de Araoca permanecem como testemunhas silenciosas daquele naufrágio. Ali, onde o mar e a poesia se encontraram pela última vez, ecoa a memória de um homem que fez da palavra seu barco e do amor à pátria, seu porto.

 
 
 

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