PONTO TURISTICO DE GUIMARÃES: BAÍA DE CUMÃ
- Blog Vimarense
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Localizada no litoral ocidental do Maranhão, a Baía de Cumã é um dos recantos mais ricos em história, cultura e biodiversidade do estado. Situada entre os municípios de Guimarães e Alcântara, a baía carrega consigo séculos de tradições e relatos que atravessaram gerações, tornando-se parte essencial do imaginário popular maranhense.
Desde os tempos coloniais, a Baía de Cumã serviu como ponto estratégico para navegadores e mercadores portugueses. A região, abrigada entre manguezais e pequenas enseadas, oferecia condições ideais para o ancoramento de embarcações que cruzavam o litoral brasileiro. Fontes orais e registros históricos apontam que, durante o ciclo da cana de açúcar e do algodão no Maranhão, Cumã foi palco de intensas trocas comerciais, servindo de passagem para mercadorias e escravizados.
Restos de antigos trapiches, ruínas de engenhos e construções em pedra e cal ainda podem ser encontrados em áreas ribeirinhas, testemunhando a importância econômica e social da baía no período colonial e imperial.
A Baía de Cumã não é apenas um lugar de história oficial; é também terra fértil para as lendas. Pescadores e moradores antigos contam histórias de embarcações fantasmas que surgem nas madrugadas, de uma serpente gigante que habitaria as profundezas da baía e de tesouros escondidos deixados por antigos corsários e senhores de engenho.
Uma das narrativas mais conhecidas é a da "Coroaganga", a tocha de fogo, segundo dizem, aparece em noites sobre as águas da baía amedrontando os pescadores, assim como o submarino de Hitler que escondeu-se nas profundezas da famosa baía.
Além do valor histórico e mítico, a Baía de Cumã é um santuário ecológico. Seus manguezais, igarapés e ilhas abrigam rica biodiversidade, com espécies de peixes, crustáceos e aves migratórias. Comunidades tradicionais vivem da pesca artesanal e do extrativismo sustentável do caranguejo-uçá e do camarão, práticas transmitidas de geração em geração.
Festividades religiosas e culturais também resistem ao tempo, como a tradicional procissão do Festejo de São José, realizada anualmente em Guimarães, mantendo viva a fé e os costumes herdados dos antepassados.
Nos últimos anos, iniciativas de pesquisadores e organizações culturais buscam registrar e valorizar as histórias e tradições de Cumã, propondo a criação de roteiros de turismo ecológico e de memória. A proposta é que o Maranhão e o Brasil conheçam mais sobre esse pedaço de território onde natureza, cultura e mistério convivem em harmonia.
Se você ainda não conhece a Baía de Cumã, coloque esse nome no seu mapa afetivo. Porque algumas histórias só se entendem quando se sentem de perto, com o cheiro do sal, o canto dos pássaros e o eco das velhas lendas.
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