GUIMARÃES EM POESIA: Rua Sousândrade (Poema XII)

Rua Sousândrade
O poema a seguir é do vimarense Paulo Oliveira e encontra-se em seu livro "Poemarães ou Guimarães em Poesia", publicado em 2008. No poema, Paulo Oliveira destaca a homenagem feita pelos vimarenses, colocando o nome do poeta de "Guesa Errante" em uma de suas principais ruas. O poeta Sousândrade, filho da terra, nascido na Fazenda Vitória, no hoje município de Central do Maranhão, à época pertencente a Guimarães. Paulo Oliveira vai revelando em cada verso o nome dos seus moradores, dos mais antigos, e até os já falecidos como a professora Dudu Coração, Talhamanga, Joamir Moraes, Abílio Malheiros, Cabo, Eurico Azevedo, Enésio, Vitório Beraba, entre outros.
RUA SOUSÂNDRADE
(POEMA XII)
Ladeira acima,
ladeira abaixo,
não sei se subo,
ou se me agacho.
Subindo a pé
é bem ruim,
só vou parar
no Maruim.
Pisando firme,
no pedregulho
eu elimino
o meu orgulho.
Para andá-la sem percalço
não devia ser estreita
a trilha desse poeta,
a quem todo mundo aceita,
cruza a Osório Anchieta,
sem ser lá muito direita,
ela visa sempre a meta
do rei Sol quando se deita.
Respeitáveis moradores,
do topo de sua idade,
conhecem bem os valores
do poeta Sousa Andrade,
merecedor de comendas,
nascido lá na fazenda
Nossa Senhora da Vitória,
no chão do Pericumã,
de onde vem umbigo e glória
repassados pelas águas
da baía de Cumã.
Guimarães a sua terra
Guesa Errante, o seu poeta,
precursor do Modernismo,
viveu todo o Idealismo
ao lado de seu dilema,
patriota consagrado
na crença republicana,
educador abnegado,
profundo conhecedor
das terras americanas,
de nossa bandeira, o autor,
pelo o que o Maranhão
reconhece o seu louvor.
Aí viveram ou vivem,
cada qual no seu quinhão,
Égua Selada, Cici
e alguns na recordação,
Talhamanga, Joamir,
estimado filho de
Dona Dudu Coração,
uma exímia professora
do tempo de poucas letras
floradas na educação.
Cenário de outras pessoas,
um e outro com sua história,
Abílio, Beraba, Eurico,
Maiquê, Cabo, Vitória,
Mantiúdo, pastor Zico
e Enésio, caro sambista,
junto de demais artistas,
de olho na oportunidade
de serem, num belo dia,
ao seu modo um Sousândrade.
(Do livro "Poemarães ou Guimarães em Poesia, de Paulo Oliveira, editado pela SEGRAF em 2008)