top of page

A MAIOR TRAGÉDIA NA HISTÓRIA DE GUIMARÃES

  • Foto do escritor: Blog Vimarense
    Blog Vimarense
  • há 29 minutos
  • 3 min de leitura
Registro do barco Lima Cardoso, a maior embarcação da história de Guimarães, responsável pela linha regular para São Luís. Em 07 de julho de 1980, a cidade se entristeceu com seu naufrágio, marcando para sempre a memória marítima vimarense.
Registro do barco Lima Cardoso, a maior embarcação da história de Guimarães, responsável pela linha regular para São Luís. Em 07 de julho de 1980, a cidade se entristeceu com seu naufrágio, marcando para sempre a memória marítima vimarense.
"Na ocasião do naufrágio do Lima Cardoso, em 07 de julho de 1980, o então prefeito José Murilo Nunes de Sousa coordenou pessoalmente os trabalhos de resgate dos sobreviventes. Na foto, ele acompanha o sepultamento das vítimas no cemitério da cidade. (Foto: Jornal Resenha Policial, agosto de 1980)
"Na ocasião do naufrágio do Lima Cardoso, em 07 de julho de 1980, o então prefeito José Murilo Nunes de Sousa coordenou pessoalmente os trabalhos de resgate dos sobreviventes. Na foto, ele acompanha o sepultamento das vítimas no cemitério da cidade. (Foto: Jornal Resenha Policial, agosto de 1980)
"Antonio Emanoel Gomes, vereador vimarense de apenas 29 anos, perdeu a vida no naufrágio do Lima Cardoso, em 07 de julho de 1980, durante seu segundo mandato. Dois dias depois, sua mãe, Anita Gomes, tomada pela dor da perda, também faleceu. Seus nomes permanecem na memória afetiva e na história de Guimarães."
"Antonio Emanoel Gomes, vereador vimarense de apenas 29 anos, perdeu a vida no naufrágio do Lima Cardoso, em 07 de julho de 1980, durante seu segundo mandato. Dois dias depois, sua mãe, Anita Gomes, tomada pela dor da perda, também faleceu. Seus nomes permanecem na memória afetiva e na história de Guimarães."

No dia 7 de julho de 1980, o município de Guimarães, no Maranhão, viveu uma das maiores tragédias de sua história — e também uma das mais impactantes da história do Estado: o naufrágio do barco Lima Cardoso, que fazia a linha de transporte entre Guimarães e São Luís.


Naquela época, antes da construção das rodovias, o transporte entre o interior e a capital era feito por barcos ou, para poucos, por aviões. Guimarães, assim como outras cidades da região, como Cururupu e Mirinzal, dependia fortemente dessas embarcações. Moradores desse municípios vinha para Guimarães usar esse meio de transporte. Era um ritual semanal: os barcos saíam de Guimarães nas segundas-feiras, retornavam na quarta, seguiam novamente para São Luís na quinta-feira e voltavam para Guimarães no sábado. Nesses dias, a cidade ganhava vida — ruas movimentadas, principalmente a Rua Filomena Archer da Silva (rua do Porto), familiares se despedindo, mercadorias sendo embarcadas, esperanças sendo colocadas no mar.


Naquela segunda-feira, 7 de julho, o movimento era intenso. O barco Lima Cardoso partiu bem cedo, obedecendo ao horário das marés. A embarcação, no entanto, levava mais passageiros do que sua capacidade permitia, super lotado. Era o mês de julho, além de ser o mês das férias escolares, é o período de ventos fortes e mar agitado, o que tornava a travessia ainda mais arriscada.


Durante a viagem, em alto-mar, o Lima Cardoso colidiu com uma pedra submersa, "a pedra do mero", próximo ao Farol do Pirajuba, costa marítima do município de Alcântara. A pedra já era conhecida por pescadores e navegantes da região. O impacto foi fatal. O barco não resistiu, foi invadido pela água rapidamente. Os passageiros tentaram se salvar como podiam, muitos se agarraram aos destroços, mas as condições do mar eram implacáveis. A tragédia resultou na morte de mais de 40 pessoas, entre jovens, crianças, mulheres e homens.


A notícia chegou a Guimarães pelas rádios da Capital através dos programas da Educadora, Timbira, Difusora já no início da tarde, causando desespero e comoção. Nessa época comunicação só havia por cartas, telégrafo, nem linhas telefônicas existiam nesse período em toda a região; a comunicação era limitada. A cidade, então, mergulhou num pesadelo coletivo. Famílias aflitas esperavam por informações, enquanto helicópteros começaram a chegar trazendo os corpos das vítimas.


Entre os mortos: Antônio Emanoel Gomes( faleceu após chegar na areia da praia conforme testemunhas), jovem vereador com 30 anos de idade; Dr. Sudário, odontólogo conhecido e professor da Escola Normal; Abel Costas, mestre experiente de embarcações; Cristina, jovem estudante cheia de sonhos;

e tantos outros que deixaram um vazio irreparável na memória coletiva de Guimarães.


Hoje, passados 45 anos, essa tragédia ainda vive na lembrança dos que perderam entes queridos, dos que presenciaram o luto de uma cidade inteira, e daqueles que, ano após ano, prestam homenagens silenciosas às vítimas. O naufrágio do Lima Cardoso não é apenas uma página triste na história de Guimarães — é uma ferida que nunca se fechou completamente.

 
 
 

Comments


Destaque
Tags
bottom of page