HOMENAGEM A GENIPAUBA
- Blog Vimarense

- 7 de out.
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Ontem à noite, o público que lotou o Teatro Artur Azevedo, em São Luís, foi presenteado com um espetáculo de sensibilidade e memória: o show “Canções da Vida e da Arte”, do consagrado compositor maranhense Joãozinho Ribeiro, que celebrou seus 70 anos de vida e trajetória artística. O evento contou com as participações especiais de Sérgio Habibe, Chico Saldanha, Alexandre Muniz e Josias Sobrinho, nomes que também marcam a rica cena musical do Maranhão.
Entre as canções apresentadas, uma emocionou especialmente o público vimarense: “Genipaúba”, música que exalta as belezas do povoado de mesmo nome e da Baía de Cumã, no município de Guimarães. A composição nasceu de uma visita feita por Joãozinho à terra de seu pai, João Situba, que nos anos 1930 foi brincador de Boi em Guimarães antes de se mudar para São Luís.
Joãozinho não conhecia a terra do pai. Há cerca de dois anos, durante as comemorações dos 200 anos de nascimento de Gonçalves Dias, visitou Guimarães e o povoado de Genipaúba. Esteve junto com colegas da Academia Vimarense de Letras, artes e ciências e do Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães. Foi dessa visita que nasceu a música.
Compositor de renome nacional, Joãozinho Ribeiro tem obras gravadas por grandes artistas como Elba Ramalho, Chico César e Zeca Baleiro, sempre destacando em sua arte o compromisso com a cultura, a identidade e a poesia do Maranhão.
O show no Teatro Artur Azevedo foi mais do que uma celebração de aniversário — foi uma afirmação da força da música maranhense e da conexão afetiva entre o artista e suas raízes. A canção “Genipaúba” permanece como um elo poético entre São Luís e Guimarães, entre o presente da criação e a memória de um Maranhão que canta sua própria história.
GENIPAÚBA
(Joãozinho Ribeiro)
Bateu na memória
Uma zabumba
Milagre dos peixes
Na manhã
Um guará com suas
Penas rubras
Festa na Baía de Cumã
Bicho folharal
Sai da penumbra
Onde a onça espreita
O caçador
Pelas praias de Genipaúba
Caça o rastro
Do pai, do avô
Quilombo das almas
Das lembranças
Onde a vista alcança
O velejar
Onde quebra o cabo
Da esperança
Um poeta cisma
Em navegar
Meu farol na terra
Meu vapor no mar
Meu farol na terra
Meu vapor no mar
(07.08.2023)










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