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NEM O TEMPO LEVA QUEM FICA NO AFETO

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    Blog Vimarense
  • há 1 dia
  • 2 min de leitura

Outro dia me peguei pensando em como a amizade entra na nossa vida. Ela


    Marilton Fonseca Avelar, conhecido pelos amigos de Tony Avelar. Formado em Letras pela UEMA, Funcionário Público, Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães, e da Academia Vimaranense de Letras, Artes e Ciências.
Marilton Fonseca Avelar, conhecido pelos amigos de Tony Avelar. Formado em Letras pela UEMA, Funcionário Público, Membro do Instituto Histórico e Geográfico de Guimarães, e da Academia Vimaranense de Letras, Artes e Ciências.

Por Tony Avelar


Outro dia me peguei pensando em como a amizade entra na nossa vida. Ela não bate na porta avisando, nem chega com manual de instruções. Quando a gente se dá conta, já está lá — sentada ao nosso lado, dividindo risadas, segredos, silêncios e até dores. A amizade, essa coisa simples e profunda, é das maiores riquezas que a vida pode oferecer

É curioso como ela se constrói. Não se compra, não se impõe. É conquistada aos poucos, como quem planta uma semente e vai regando, dia após dia, sem pressa. Às vezes a gente conhece alguém por acaso e, quando vê, essa pessoa já sabe os nossos medos, as nossas manias, as histórias mais engraçadas e até aquelas que a gente conta sussurrando, com vergonha. É isso: amizade é feita de tempo, convivência e confiança.

Renato Teixeira, com sua sabedoria em forma de música, já dizia que “amizade sincera é um santo remédio, é um abrigo seguro”. E como é verdade. Quem tem um amigo de verdade sabe que, muitas vezes, um bom conselho ou apenas um olhar compreensivo pode curar o que nem remédio resolve.

A amizade tem que ser verdadeira, a ponto de entrar na intimidade do outro, com jeitinho que só os amigos sabem como fazer. E é isso que marca as amizades mais fortes: a intimidade sem medo, a sinceridade que aponta o certo e o errado, a troca justa de sentimentos e apoio. Aquela famosa reciprocidade.

Millôr Fernandes, com seu jeito afiado de ver o mundo, apontava que “a verdadeira amizade é aquela que nos permite falar, ao amigo, de todos os seus defeitos e de todas as nossas qualidades”. Rir das nossas besteiras e, ao mesmo tempo, ouvir verdades duras — sem rodeios, mas com carinho. Amigo de verdade é aquele que te chama de volta pro chão quando você está flutuando demais… ou te empurra pra frente quando você quer parar.

A gente vai acumulando amigos ao longo da vida: o engraçado, o calado, o dramático, o otimista, o que some por meses, mas quando aparece é como se nunca tivesse ido. Cada um com seu jeitinho, seu valor. E é por isso que a gente precisa cultivar esses laços. Dar risada, abraçar, ouvir, estar junto — mesmo que às vezes só por mensagem. Porque a vida não avisa quando um momento vira despedida.

Francis Bacon nos relembra que “a falta de amigos faz com que o mundo pareça um deserto”. E eu concordo. Amigo é oásis. É sombra boa em dia quente, é companhia pra caminhada longa. Os anos vão passando, a vida muda, e talvez a gente mude também. Mas uma coisa fica: o afeto verdadeiro.

Porque, no fim, amizade boa mesmo é aquela que o tempo não apaga só fortalece.

 
 
 
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